quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Gestão de Carreira - Networking - Saiba o que é e aplique na sua vida!

Networking - Saiba o que é e aplique na sua vida!

Quantas vezes você já ouviu falar de um conhecido que foi contratado pelo famoso QI (Quem Indica)? Já ouvi muitas críticas à essa prática, algumas bem construtivas, outras ferrenhas e desnecessárias. Eu não acho que essa prática seja errada. Talvez, dependendo de quem a aplique e como a aplique, um pouco injusta mas nunca desnecessária.

Devido à essas críticas, passou-se a dar um nome mais bonito e mais voltado ao mundo de negócios: o Networking.

A palavra networking vem de network, que significa rede. Aplicando isso ao mundo dos negócios, temos a nossa rede de contatos. Quanto mais contatos você tem, maior a sua chance de crescer na vida. Porquê?

Conhecimento de mercado

Quanto mais gente você conhece e se relaciona, maior o seu conhecimento sobre o que está acontecendo em diversos setores do mercado. Isso te dá bons insumos para tomar decisões sobre a sua carreira, sobre seu setor de atuação, etc.

Conhecimento da empresa

Da mesma forma que é bom você ter um conhecimento abrangente sobre o seu mercado de atuação, também é bom você ter um conhecimento geral sobre a sua empresa. Conhecer pessoas de fora da sua equipe pode aumentar as suas chances de crescer porque dessa forma você toma ciência de mais vagas e melhor do que isso: as pessoas (muitas vezes os próprios selecionadores) irão tomar ciência da sua existência e das suas capacidades. Isso pode ser decisivo para o seu crescimento pois quem fica quieto na sua, normalmente continua lá até tomar alguma atitude em vista de mudar a situação.

Todos nós já começamos nossa rede de contatos, que são nossos amigos e conhecidos. O que temos que fazer agora é focar em conhecer novas pessoas dentro do nosso ambiente profissional. E existem várias formas de fazer isso. Veja algumas:

  • Happy Hour
    Que momento melhor para conhecer novas pessoas do que num momento de alegria e confraternização? Aproveite os happy hours da sua empresa. Comece pelos da sua equipe e conforme você for conhecendo mais pessoas de outras equipes (e for sendo chamado por essas pessoas para outros happy hours), vá expandindo sua atuação para outras confraternizações.
    ATENÇÃO: Muitas pessoas são consideradas “chatas” por comentar assuntos de trabalho nesses momentos de descontração. Fique atento ao papo da mesa: se o assunto rolar, entre na conversa. Caso contrário, nem toque no assunto.
  • Momento de integração
    Algumas empresas, visando o bem-estar de seus funcionários e a integração entre as equipes, promovem momentos de integração. Essa é uma ótima oportunidade para conhecer novas pessoas e aumentar a sua rede de contatos. Não exite em se apresentar aos seus colegas de outras áreas!
  • Eventos, convenções, etc.
    Essas são ótimas oportunidades não só de conhecer novas pessoas, mas também de trabalhar com elas. Em muitos casos, saímos de nossas funções e viramos “faz-tudo” para que o evento saia impecável. Outras pessoas irão estar na mesma situação e pode acontecer de você trabalhar com elas. Aproveite para fazer um primeiro contato!
  • Reuniões em geral
    Nas reuniões, obtemos informações valiosas sobre o que está acontecendo na empresa. Se mostre presente e, se for o caso, aproveite o Coffe-Break!

Uma coisa muito importante que muitas pessoas esquecem é que o Networking é uma via de mão dupla. Da mesma forma que você quer obter informações de outros setores, seu colega também tem o mesmo objetivo. Então comente os acontecimentos e conquistas recentes que você vivenciou na sua equipe e o incentive a fazer o mesmo.

E lembre-se… “Você é o que você quer ser!”

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Gestão de Carreira - Não queime seu filme na hora de pedir demissão

Não queime seu filme na hora de pedir demissão

Saiba quais são os 10 erros mais comuns cometidos ao deixar o emprego

Você decide que está na hora de se desligar da empresa em que trabalha. Seja por motivos de desavença ou por ter conseguido uma colocação melhor em outra companhia, é preciso ficar atento a certos erros corriqueiros que podem ser evitados na hora de pedir demissão. Erros que podem mesmo queimar o filme, ainda que você tenha trabalhado durante anos de maneira exemplar. Se na hora de deixar a empresa você pisar na bola, pode por tudo isso pelo ralo e fechar as portas, além de ser visto como alguém não confiável. Para ajudá-lo, o Universia consultou diversos profissionais do mercado que dão dicas para que as atitudes que você tomar nessa hora não atrapalhem seu futuro profissional.

Falta de preparo para a última conversa

"Quando for pedir demissão estaja preparado. Ou seja, seja direto, objetivo e educado. A primeira pessoa a saber sobre a sua intenção de se desligar da empresa deverá ser o seu chefe imediato. Não é necessário espalhar a notícia pela organização, deixe que a empresa se preocupe com isso. Procure não deixar seu chefe ou a companhia 'na mão', na medida do possível. Ao pedir o seu desligamento, agradeça a oportunidade de ter trabalhado no local, procure ser positivo e, se possível ou necessário, dê sugestões para melhorias no desenvolvimento da empresa."

Ezequiel Izidro Duran, Gerente de Recursos Humanos - Instituto Mauá de Tecnologia

Ser precipitado

"Um erro que acontece com freqüência principalmente com pessoas mais jovens é o pedido de demissão feito no calor de uma desavença, seja com superiores, com algum colega de trabalho ou mesmo por alguma questão interna da empresa. Quando se sai sem ter um novo emprego, é mais difícil conseguir outro trabalho e poderá demorar certo tempo para conseguir. Em muitos casos com salário inferior ao recebido anteriormente. Portanto, pedir demissão no calor de uma discussão ou situação não é uma decisão acertada. Depois de passar aquele momento e com a cabeça mais tranqüila, normalmente a pessoa terá a sensação de ter se precipitado, só que será tarde e não conseguirá reverter esta decisão."

Mauri Fontes, Analista de Recursos Humanos Sênior - Colgate-Palmolive

Dar detalhes

"Não é necessário dar detalhes demais sobre o novo emprego. É possível ser discreto, não é preciso dizer quanto vai ganhar, as funções que irá exercer e os benefícios que terá. Se portar com discrição sempre garante que o profissional não passe dos limites em nada. Vai manter um padrão para ter sempre portas abertas com aquela empresa, ou aqueles profissionais".

Luciana Corrêa, gerente de marketing - Manserv

Falar mal de profissionais ou da empresa

"Nunca fale mal da empresa. As pessoas acham que porque estão saindo podem dizer de tudo, mas ao interromper um contrato de trabalho deve haver bastante maturidade e respeito. Agradeça as experiências que a empresa te proporcionou no tempo em que esteve lá. Jamais fale mal dos profissionais nem da empresa como um todo."

Marta Misina, Diretora de Recursos Humanos - Zambon Laboratórios Farmacêuticos

Ficar em dúvida se quer sair da empresa

"Existem pessoas que por qualquer problema encontrado querem pedir demissão. A solução para não se arrepender é ter muita convicção de que não se quer mais trabalhar naquela empresa. Ao pedir demissão, em alguns casos, é oferecida uma contraproposta, como ajustamento, promoção, entre outros. Se você pediu demissão e continuar no trabalho sem ter certeza se era aquilo que queria pode se tornar um profissional desmotivado. Ao ficar neste trabalho, a pessoa pode perder a oportunidade de tentar um novo desafio em outro lugar."

Luis Antônio Covo Martines, Especialista em logística - Copersucar

Ser desonesto com seus superiores

"Ao pedir seu desligamento, seja sincero e esclareça os reais motivos cordialmente, demonstrando profissionalismo. Assim será possível deixar as portas abertas para futuros contatos e referências. Também é importante prestar atenção em suas atividades diárias, organizando sua rotina e procurando deixar poucas pendências para seus colegas. Não espalhe a notícia, comunique primeiramente seu superior imediato. O mais correto nesta situação é avisar com certa antecedência para que a empresa possa se preparar e arrumar pessoas para cobrir suas atividades."

Andrea Madaleno, Consultora de Desenvolvimento de Recursos Humanos - Bayer SA

Ser grosseiro

"Evite todo tipo de grosserias, como se utilizar de palavras de baixo calão e ataques pessoais. O respeito deve ser sempre mantido independentemente da situação. É ideal ser sempre claro e objetivo, buscar usar sempre a verdade. É necessário expor o porquê se está agindo dessa maneira, mostrar o porquê não se vê mais como parte do escopo da empresa e o porquê de aquele lugar não ser mais interessante para seu crescimento profissional".

Raphael Leandro da Silva, Coordenador de Suporte - Accurate Software

Deixar pendências

"Não se deve desmerecer a empresa de onde se está saindo. É sempre bom sair pela porta da frente e evitar deixar algum mal entendido. Esta situação evita mal estar caso algum dia que você venha a voltar à organização. É importante comunicar a companhia com antecedência para que as pessoas não sejam pegas de surpresa, e para que possam colocar outro profissional no lugar. É preciso ser transparente, você deve deixar claro que é uma pessoa de mercado, para que saibam que você está sempre aberto a novos desafios e neste momento estará fora da empresa".

Marcelo Santos de Almeida, Supervisor de Vendas - Basf

Mostrar que está saindo por causa de dinheiro

"Um erro grave no momento de pedir demissão é mostrar ao antigo chefe que você está saindo por causa de dinheiro. Isto deixa a impressão de que você não dava valor algum ao seu emprego anterior. Seu chefe pode te encontrar no futuro, além disso, dependendo do andamento da conversa e as necessidades da empresa, pode ser tomado outro rumo do tipo: 'Fica que aumentamos o seu salário'. Sempre deve-se tomar muito cuidado nessa última conversa e mostrar-se muito motivado com a antiga empresa, essa última conversa é primordial."

Rafael Medice Lopes da Conceição, Analista de Negócios (TI) - Nazca distribuidora de Cosméticos

Não cumprir o aviso prévio

"Muitas vezes a pessoa pede demissão e amanhã ela já não quer mais vir à empresa, não quer cumprir o aviso prévio. A falta de comprometimento, até mesmo no cumprimento deste período, complica a situação da empresa que tem este tempo para transmitir as funções ao novo funcionário. No caso de ele precisar de uma referência isso vai depor contra e pode até mesmo fechar as portas para oportunidades futuras"

Carla Rossi, Coordenadora de Recrutamento e Seleção - Atos Origin

Gestão de Carreira - Saiba o que pode levar tudo a perder com o chefe

Saiba o que pode levar tudo a perder com o chefe

Veja os 10 erros mais freqüentes que devem ser evitados nessa relação

A relação com o chefe ou superiores merece atenção especial. Objetivos, metas e novos projetos devem ser tratados com prioridade. Algumas vezes, porém, a intimidade com o gestor dá liberdade para o funcionário exagerar no tratamento, nas maneiras de se expressar, brincadeiras e atitudes impulsivas. Muitas vezes essas coisas ultrapassam a barreira e o limite entre chefe e funcionário. Para não deixar dúvidas de como se comportar com o seu superior, o Universia ouviu dez profissionais que comentam os principais erros a serem evitados.

Mentir

"Quando o funcionário mente, o risco do chefe descobrir pode ser fatal. Atitudes como esta geram quebra de confiança. Além disso, a mentira é sinal de falta de profissionalismo. Falar que vai fazer alguma coisa e fazer o contrário ou mesmo dizer que vai a algum lugar e ir para outro, são mentiras que mancham a imagem tornando-a irrecuperável. A depender da gravidade da mentira isso pode até gerar demissão".

Augusto Costa, Diretor Geral da Manpower - Soluções em Recursos Humanos.

Deixar de emitir opinião

"Opiniões que agreguem valor ao que está sendo discutido são importantes para a construção de idéias bem-sucedidas. É preciso, porém, saber o momento certo de emitir uma opinião ou discordar do que o chefe fala. Ao mesmo tempo em que é importante expor seu ponto de vista, deve-se analisar o momento certo de argumentar. Em alguns casos, pode ser mais útil pedir um horário individual para emitir sua opinião ao chefe. Habilidade para falar e sensibilidade para acertar o momento são importantes".

Fernando Figueiredo, vice-presidente da Basf.

Esquecer dos limites

"O funcionário precisa saber que há limites no relacionamento com o chefe e que esse limite não deve ser ultrapassado com comentários excessivos ou brincadeiras de mau gosto. Alguns chefes dão abertura para uma relação mais próxima, mas saber até que ponto ir é fundamental para o funcionário. O chefe pode ser próximo, acessível e conversar com todos, mas ele ainda é o chefe. Entender a relação é uma questão de postura profissional no trabalho".

Fabíola Stetter, coordenadora de seleção da Luandre Consultoria em Recursos Humanos.

Não cumprir prazos

"Prometer algo e não cumprir é sinal de desorganização e desrespeito com os colegas e com o chefe. Tal comportamento também revela falta de comprometimento do funcionário com o trabalho. Se você marcou um compromisso, cumpra. Caso não seja possível entregar uma tarefa no prazo tente negociá-lo com antecedência e não deixe nada para a última hora".

Benedito Rodrigues Pontes, coordenador e professor do curso de pós-graduação em Recursos Humanos da FAAP (Faculdade Armando Álvares Penteado).

Aceitar tudo sem questionar

"Aceitar tudo o que é dito pelo chefe e não contestar é errado. Isso serve tanto para ações, erros de planejamento e de organização, quanto para atitudes comportamentais e de trabalho consideradas grosseiras. Muitas vezes, as ações podem gerar conseqüências negativas. 'Engolir todos os sapos' e não falar sobre algo que te ofendeu, por exemplo, é ruim para os dois lados. Quando o clima está tenso, é sinal de que daí para frente a conversa deixará de ser produtiva, portanto, aguarde o momento adequado para falar o que pensa. Isso mostra maturidade e contribui para o crescimento profissional tanto do chefe como do subordinado".

Luciene Villa Maia, professora de Psicologia da Uniube (Universidade de Uberaba) e consultora de Recursos Humanos.

Ser pessimista

"O funcionário que não enxerga as oportunidades de trabalho e o lado bom das coisas já começa um projeto sem motivação e, conseqüentemente, não terá razões para apresentar bom resultado. Quem é pessimista também tende a 'contaminar' os outros, além de colocar inúmeros empecilhos para o andamento dos projetos. Inevitavelmente, o pessimista cria um ciclo de fracasso em torno de si. Ele reclama de tudo. Logo, não receberá oportunidades do chefe que o indicará para trabalhos menos criativos. Assim, não restará alternativa a não ser continuar a reclamar do sucesso dos outros e de sua estagnação".

Danilo Castro, gerente da divisão de banking e financial service e mercado financeiro da Page Personnel, unidade de negócios da Michael Page.

Faltar e não avisar

"Faltar no trabalho sem avisar mancha sua imagem profissional, além de prejudicar os colegas. Caso haja trabalho a ser feito, certamente ele não ficará a esperar por você, recairá sobre um companheiro de trabalho que pode estar atribulado com as próprias tarefas. Isso significa que você deve ter responsabilidade e que vida pessoal não deve invadir a profissional. Portanto, avise seu chefe quando tiver algo para resolver no horário de expediente e evite transtornos".

Benedito Rodrigues Pontes, coordenador e professor do curso de pós-graduação em Recursos Humanos da FAAP (Faculdade Armando Álvares Penteado).

Desrespeitar a hierarquia

"Hoje, as empresas são fortemente hierarquizadas. Os funcionários devem atentar para essas posições e fazer do respeito por essas regras uma atividade diária. Passar por cima e não respeitar a hierarquia são faltas graves. Os cargos existem para serem respeitados. Sem esta postura, criam-se problemas na vida profissional e o funcionário desrespeitoso acaba mal visto, pois busca informações em outros setores e com outras pessoas que não seus superiores. Se existe hierarquia, respeite-a".

Celso Luiz Dutra, superintendente de atendimento da grande São Paulo do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola).

Ser impulsivo

"Antes de negar um pedido da chefia, o funcionário deve ponderar a tarefa para qual é designado. Por mais que esteja ocupado e com uma demanda grande de trabalho, é necessário analisar as possibilidades ou alternativas para a situação, além de saber como se expressar para não ter uma atitude impulsiva e negativa. Isso vale tanto para novos projetos e produtos quanto para atividades corriqueiras. É nessa hora que o funcionário deve mostrar que sabe negociar prazos e tarefas, no caso de resposta negativa é preciso ter embasamento na hora da explicação. Portanto, pare, pense e depois aja".

Carla Esteves, gerente de programas de estágios e trainee da Cia de Talentos.

Querer subir rápido de cargo

"O jovem normalmente quer aprender tudo de uma vez e isso leva tempo. Não adianta achar que vai captar tudo o que precisa aprender de uma hora para a outra. É um erro grave ser novo na empresa ou na função e achar que já pode pleitear uma vaga ao lado da chefia. Conquistar um cargo de liderança faz parte de um processo de aprendizagem que deve ser respeitado. A ansiedade deve ser administrada, isso é ter maturidade profissional".

Celso Luiz Dutra, superintendente de atendimento da grande São Paulo do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola).

Gestão de Carreira - Os 10 maiores erros na dinâmica de grupo

Os 10 maiores erros na dinâmica de grupo

Entenda o que pode acabar com suas chances de seleção

Você pode até ficar nervoso na medida em que o processo de seleção da vaga que tanto almeja progride. Mesmo assim, consegue ser aprovado etapa a etapa. Chega então a dinâmica de grupo e tudo parece correr bem, mas no dia seguinte, um telefonema rápido ou mensagem eletrônica lacônica informa que você foi desclassificado. O que aconteceu? Tudo parecia ter corrido relativamente bem, mas você acabou descartado. Por que? Algumas vezes o motivo pode estar relacionado com algum deslize seu muito mais do que na capacidade que você tem para ocupar a tal vaga. Se se encaixar nas exigências de um cargo já é tarefa difícil, não dá para dar mole e errar justamente naquilo que parece mais elementar: o comportamento na dinâmica. Para isso, o Universia ouviu a opinião de empresas e pessoas ligadas à processos de recrutamento para descobrir quais são os dez principais erros cometidos numa dinâmica de grupo. Veja a seguir o que eles revelaram.

Entrar mudo e sair calado

"A dinâmica é uma ferramenta que reflete o dia-a-dia do trabalho da empresa. Para isso são analisadas as negociações, a execução de tarefas e a organização, entre outras coisas. O essencial para o candidato é se comunicar num processo seletivo. É necessário participar, falar, se expressar e não ficar alheio à discussão. Quem não interage corre o risco de deixar os concorrentes se sobressaírem. A proposta da dinâmica é entender como os candidatos agem, trabalham em grupo, expõe idéias e se relacionam. No entanto, deve-se manter o equilíbrio para não falar demais e bancar o líder, ou ficar sem participar e não mostrar as qualidades e potenciais."

Luiz Alberto Bueno - gerente de recrutamento e seleção da Novartis Brasil

Não conhecer sobre a empresa

"Se o candidato chega à dinâmica e não sabe o que a empresa faz, transparece que não teve interesse de buscar informações sobre a companhia. Comparecer num processo seletivo informado sobre a organização, os produtos, o que desenvolve ou se está crescendo na área de atuação é muito importante para o desenvolvimento do candidato na dinâmica. Se existe conhecimento sobre a empresa há maior identificação e mais motivação dos candidatos."

Renata Damásio - consultora de carreira da Cia de Talentos

Vestuário inadequado

"A roupa do candidato deve ser formal e não pode chamar mais atenção do que ele. O essencial é saber qual é o perfil da empresa para não errar. Para as mulheres o mais importante é tomar cuidado com saias e vestidos, além da maquiagem excessiva. Os homens devem evitar camisas coladas, calças jeans com muitos bolsos e o boné, que é inadmissível. Cores fortes, brilhos e acessórios vistosos também são mal vistos pelos selecionadores. Quando o candidato abusa na roupa, a empresa pode interpretá-lo como alguém artificial, que pode esconder alguma coisa e não tem muito a oferecer."

Tadeu Otávio Tales Sampaio - coordenador de estágio e professor de Psicologia da Universidade Fumec de Minas Gerais

Falar mal da empresa ou chefe anterior

"É complicado um candidato que está em busca de novas oportunidades falar mal da empresa em que trabalha ou do atual chefe. Fica perceptível a postura errônea desta pessoa e a falta de ética. Existem outras maneiras de falar, o momento e a forma certa de colocar um ponto de vista. De imediato passa imagem negativa. As condições particulares não precisam necessariamente ser ditas. De repente, ele fala que está a procura de algo novo, pois a organização vai contra o que acredita. Quando o candidato fala no impulso, a impressão que passa é que diante do primeiro problema com que se deparar, vai falar mal ou procurar outra coisa."

Luciana de Barros - analista de recursos humanos sênior da unidade de venda direta do Grupo Whirlpool

Fingir comportamentos

"Inventar algo que não existe é uma forma negativa de tentar passar numa dinâmica de grupo. Se os observadores forem experientes, esta ação é percebida na hora. O candidato acredita que simular ou se colocar de forma não natural seja positivo para conseguir passar, no entanto, é erro grave. A dinâmica faz parte de um conjunto, e desta forma, manter postura fictícia não é fácil e pode contradizer com as atitudes e comportamentos. Os exercícios estimulam uma expressão espontânea e o candidato com postura irreal não vai ficar a vontade, ter criatividade e naturalidade."

Alice Dias Paulino - psicóloga da UEM (Universidade Estadual de Maringá) e psicóloga do trabalho da ABRE (Agência Brasileira de Estágio)

Supervalorização de si

"Algumas características são fatais. O candidato que se supervalorizar olhará para grupo com visão superior. Porque ele é de escola ou faculdade melhor, fala idiomas e já viajou, pode chegar se achando o máximo e se julgar mais valorizado. Por mais sutil que seja, é perceptível e condenado pelas organizações. Muitas vezes não precisa nem falar, a própria postura da pessoa condiz com esta atitude. Hoje em dia a boa formação é considerada um diferencial, mas a competência comportamental também precisa ser desenvolvida."

Ricardo Dreves - diretor geral da Dreves e Associados Consultoria em Recursos Humanos

Currículo com informações mentirosas

"Quem está procurando vaga deve apresentar conhecimentos reais no currículo, pois qualquer informação falsa pode ser percebida na dinâmica. Colocar inglês fluente e não falar, ter conhecimento em informática e o mesmo não existir, o desclassificará do processo. Na seleção, o candidato dá ênfase nos conhecimentos que mais domina, quando a dinâmica pede alguma atividade mais complexa, que exija os conhecimentos na prática, há chances de não se dar bem. Às vezes, a apresentação pessoal pode ser em inglês e faltar com a verdade nesta ocasião não soará bem de modo algum. Mentir em questões técnicas é inadmissível."

Mirian Meireles - pedagoga e diretora da GNE (Gerenciamento Nacional de Estágios)

Falta de postura

"O compromisso profissional é observado o tempo todo. Tudo o que o candidato faz pode ser usado contra ou a favor dele. Chegar no horário, respeitar o local em que está, responder quando é chamado, fazer perguntas quando houver oportunidade, são fatores que precisam ser respeitados e, também, são valorizados pelos selecionadores. Quando não acontece, o candidato deixa uma imagem ruim. Na dinâmica de grupo 'compramos' alguém e a pessoa se 'vende'. Observamos mais o conteúdo do que a quantidade de ações."

Camila Dantas - responsável pelo desenvolvimento pessoal da Braskem

Conversas paralelas

"Prestar atenção enquanto o colega se expõe é questão de respeito. Geralmente as turmas são grandes e requer paciência até todos se apresentarem. Evitar conversas com pessoas próximas mostra que existe foco com quem dirige a dinâmica ou com quem interage no momento. Deste modo, o candidato demonstra atenção, respeito, ética e profissionalismo. Quando há conversas, o selecionador pode interpretar como atitude de candidato sem concentração em suas ações e até como falta de educação com o próximo. Na maior parte das vezes o selecionador não vai chamar a atenção de quem tem esse comportamento, mesmo porque o objetivo é fazer com que as pessoas se mostrem como elas são."

Paulo Ishimaru - gerente de comunicação do Grupo Soma Consultoria em Recursos Humanos

Não dar importância ao trabalho da equipe

"Quando o candidato trabalhou pouco há dificuldade de lidar com atividades em equipe. As instituições que não são de primeira linha forçam os alunos a fazer mais trabalhos em grupo, realizar atividades fora da sala de aula e procurar emprego. Consequentemente são candidatos que possuem conhecimento maior e podem se dar melhor numa dinâmica de grupo. Já os universitários das faculdades de primeira linha, em alguns casos por terem poder aquisitivo melhor, não são estimulados tão cedo a buscar oportunidades no mercado, executam mais atividades individuais e ficam centrados na própria instituição. Numa dinâmica é necessário entender de hierarquias, pessoas e como trabalhar em grupo."

Ricardo Dreves - diretor-geral da Dreves e Associados Consultoria em Recursos Humano